Cláusulas obrigatórias em um distrato: o que não pode faltar no documento de rescisão contratual
25 de maio de 2025

Quando um contrato precisa ser encerrado antes do previsto, seja por decisão mútua ou por iniciativa de uma das partes, é necessário formalizar esse encerramento por meio de um documento: o distrato contratual.

Seja em contratos de prestação de serviços, compra e venda, locação, sociedade ou parcerias comerciais, o distrato é fundamental para evitar conflitos futuros, garantir segurança jurídica e documentar os termos em que o vínculo será encerrado.

Mas afinal, quais cláusulas são obrigatórias em um distrato? É o que você vai entender neste conteúdo.


O que é o distrato contratual?

O distrato é o documento que formaliza o encerramento de um contrato anteriormente firmado. Ele deve refletir, com clareza e segurança, as condições que as partes acordaram para colocar fim à relação contratual.

Apesar de parecer simples, o distrato exige atenção técnica: é ele quem determina o que será mantido, revogado, ajustado ou indenizado. Um distrato mal elaborado pode gerar riscos financeiros, litígios e até nulidade.


Cláusulas que não podem faltar em um distrato

A seguir, listamos os principais pontos que devem constar em qualquer documento de distrato:


1. Identificação das partes

Assim como no contrato original, o distrato deve conter a qualificação completa das partes envolvidas, com nome, CPF ou CNPJ, endereço e dados de contato.

2. Referência ao contrato original

O distrato precisa deixar claro qual contrato está sendo encerrado, citando número, data, objeto e demais elementos que o individualizem.

3. Motivo da rescisão

É altamente recomendável incluir o motivo da rescisão, ainda que de forma resumida. Isso ajuda a contextualizar o distrato e pode ser relevante em eventuais discussões futuras.


4. Acordo sobre obrigações pendentes

Um dos pontos mais sensíveis: o distrato deve definir quais obrigações permanecerão vigentes (como pagamentos, prazos ou cláusulas de sigilo, por exemplo) e quais serão extintas com o encerramento do contrato.

5. Condições financeiras

Se houver valores a serem pagos, devolvidos ou compensados, isso deve estar claramente descrito: forma de pagamento, prazos, eventuais descontos ou abatimentos, e encargos aplicáveis.

6. Renúncia a litígios e quitação

É comum  e recomendado incluir uma cláusula de quitação recíproca e renúncia à propositura de ações judiciais relativas ao contrato encerrado, desde que todas as obrigações estejam cumpridas.

7. Cláusula de confidencialidade (se necessário)

Caso o contrato envolva informações sensíveis, pode-se reafirmar cláusulas de sigilo mesmo após o encerramento da relação.

8. Assinaturas e reconhecimento

O distrato deve ser assinado por todas as partes. Em alguns casos, o reconhecimento de firma é indicado como forma de reforçar a autenticidade do documento.


Cuidado com modelos prontos: cada distrato deve ser único

É comum encontrar modelos de distrato na internet. No entanto, cada relação contratual possui suas particularidades, e um modelo genérico pode deixar brechas, omitir pontos importantes ou gerar interpretações ambíguas.

Distratar sem respaldo jurídico pode parecer uma solução rápida, mas os prejuízos causados por uma cláusula mal redigida podem ser muito maiores do que o custo de uma consultoria especializada.


Por que contar com apoio jurídico ao elaborar um distrato?

Um distrato não é apenas o fim de um contrato, ele é um novo instrumento jurídico, com efeitos próprios. Ter suporte de um advogado garante que:


  • As cláusulas estejam juridicamente válidas e equilibradas
  • Os riscos de conflito futuro sejam reduzidos
  • As obrigações remanescentes sejam adequadamente tratadas
  • Os direitos de ambas as partes estejam protegidos

Encerrar um contrato com segurança exige mais do que boa vontade entre as partes. O distrato contratual é uma etapa jurídica indispensável, e deve ser elaborado com atenção a cláusulas obrigatórias que assegurem clareza, legalidade e proteção para todos os envolvidos.

Se você está encerrando um contrato ou negociando a rescisão de um vínculo comercial, procure orientação jurídica especializada. Uma análise técnica pode evitar prejuízos e litígios desnecessários.



Por Josué Fernandes 8 de abril de 2025
A proteção de informações sensíveis é uma prioridade estratégica para qualquer empresa que lida com dados confidenciais, know-how, processos internos ou estratégias de mercado. Nesse cenário, o Termo de Confidencialidade — ou NDA (Non-Disclosure Agreement) — torna-se um instrumento indispensável, estabelecendo regras claras sobre o que pode ou não ser compartilhado. Porém, para que um NDA tenha eficácia jurídica e seja prático no seu dia a dia, é necessário que ele seja cuidadosamente elaborado, com cláusulas fundamentais que garantam a proteção adequada. Neste post, vamos explicar o que não pode faltar em um Termo de Confidencialidade. 1. Identificação precisa das partes envolvidas O primeiro passo é garantir que o contrato inclua a qualificação completa das partes envolvidas, seja pessoa física ou jurídica. Isso inclui nome, CPF/CNPJ, endereço e representante legal, quando necessário. Uma identificação clara é essencial para que o contrato tenha validade e para evitar disputas sobre quem está assumindo as responsabilidades previstas. 2. Definição clara do que é considerado confidencial Uma das partes mais importantes do NDA é a definição do que será considerado informação confidencial. O contrato precisa ser específico, apontando quais dados, documentos, métodos, estratégias ou processos estão protegidos. Além disso, também é importante especificar o que não é confidencial, como informações que já sejam públicas ou que a parte receptora já conheça antes da assinatura do contrato. 3. Obrigações das partes O NDA deve detalhar as obrigações das partes envolvidas, principalmente em relação à não divulgação, não reprodução ou não utilização das informações confidenciais para fins fora do escopo do acordo. O documento também pode estipular que o acesso às informações seja restrito apenas a pessoas autorizadas ou diretamente envolvidas no projeto, garantindo uma camada extra de segurança. 4. Prazo de validade do compromisso de confidencialidade Um ponto fundamental é a definição do prazo pelo qual o sigilo será mantido, que pode se estender até mesmo após o término da relação comercial ou do contrato. O prazo pode variar conforme o tipo de informação e o risco envolvido. Em geral, ele é estipulado entre 2 a 5 anos, embora em casos específicos, o NDA possa determinar um prazo indeterminado. 5. Penalidades em caso de descumprimento Nenhum contrato tem a mesma força sem um sistema de penalidades claras. Por isso, é imprescindível que o NDA preveja consequências como indenização por danos, multas contratuais ou outras sanções em caso de descumprimento do acordo. Essas penalidades ajudam a desestimular a quebra do sigilo e permitem uma reparação adequada caso isso aconteça. 6. Foro e legislação aplicável Indicar qual será o foro competente para resolver eventuais disputas é outro aspecto essencial do NDA. Isso é ainda mais relevante em contratos internacionais ou entre partes de localidades diferentes. A escolha prévia da jurisdição onde o contrato será analisado ou julgado garante maior clareza em caso de conflitos. 7. Devolução ou destruição dos dados É recomendado que o NDA contenha uma cláusula determinando que, após o término do projeto ou da relação contratual, as informações confidenciais sejam devolvidas ou destruídas pela parte que as recebeu. Essa medida reforça o compromisso com a proteção das informações e diminui o risco de vazamento ou uso indevido dos dados sensíveis após o fim do vínculo. Conclusão Um Termo de Confidencialidade bem redigido é uma ferramenta preventiva poderosa, essencial para proteger informações estratégicas e garantir a segurança jurídica das partes envolvidas. Ele fortalece a confiança entre as partes, protege ativos intangíveis e reduz os riscos legais, permitindo que as negociações ocorram com mais tranquilidade. Se sua empresa lida com dados confidenciais ou pretende iniciar negociações sensíveis, é altamente recomendável contar com uma consultoria jurídica especializada para garantir que o contrato de confidencialidade seja adequado e eficaz, oferecendo proteção real e não apenas formal.
A man and two women are standing next to each other holding papers and a tablet.
20 de março de 2025
Em um mundo corporativo cada vez mais regulamentado, empresas de todos os portes enfrentam desafios para manter suas operações dentro da legalidade e da ética. Nesse contexto, o compliance surge como um grande aliado, garantindo conformidade com leis, disposições e boas práticas, além de fortalecer a proteção da empresa e evitar riscos jurídicos e financeiros. Mas, afinal, como o compliance pode proteger e fortalecer sua empresa? 1. Prevenção de riscos e penalidades Empresas que não seguem normas legais podem enfrentar multas, processos judiciais e até as mesmas sanções que comprometem sua operação. Um programa de compliance bem estruturado ajuda a identificar e mitigar riscos antes que eles tenham problemas reais. 2. Cultura organizacional ética e transparência Empresas que promovem um ambiente de trabalho baseado na ética e na transparência em casos de corrupção, assédio e fraudes internacionais. Isso melhorou a relação com funcionários, parceiros e clientes, além de fortalecer a imagem da empresa no mercado. 3. Maior credibilidade e confiança no mercado Negócios que adotam boas práticas de compliance ganham mais benefícios em termos de clientes, investidores e fornecedores. Muitas grandes corporações e órgãos públicos proíbem que seus parceiros e sobre serviços sigam padrões rigorosos de conformidade. 4. Vantagem competitiva e sustentabilidade do negócio Empresas comprometidas com compliance se destacam no mercado e conquistam mais oportunidades. Além disso, a conformidade com as leis ambientais, fiscais e trabalhistas contribui para a sustentabilidade e o crescimento a longo prazo. Como implementar um programa de compliance? Adotar um programa de compliance envolve diversas etapas, como: ✔ Identificação dos principais riscos do setor; ✔ definição de políticas e códigos de conduta; ✔ Treinamento contínuo para colaboradores; ✔ ️ Implementação de canais de denúncia e auditorias regulares. O suporte jurídico especializado também é essencial para garantir que todas as práticas estejam alinhadas com a legislação vigente. Se sua empresa ainda não possui um programa de compliance, agora é o momento ideal para começar! Um bom planejamento pode evitar grandes problemas no futuro e garantir que sua organização cresça de forma segura e sustentável.